Notícias
Voltar para a listagem05/12/2023
Em 2022, cerca de 7,5 milhões de pessoas foram diagnosticadas com tuberculose. Segundo o relatório global da Organização Mundial da Saúde, esse é o maior número registrado desde 1995. No Brasil, cerca de 78 mil casos foram notificados no mesmo período, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
Mesmo sendo bastante prevalente, trata-se de uma enfermidade curável e evitável, motivo pelo qual é muito importante sabermos como prevenir e diagnosticar. Para falar sobre o assunto, conversamos com o médico pneumologista do Hospital Mãe de Deus Dr. Marcelo Tadday.
O Dr. Marcelo explica que a tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch, o Mycobacterium tuberculosis (MTB), que afeta principalmente o pulmão. Trata-se de uma doença muito preocupante porque, assim como outras condições infecciosas, é facilmente transmissível.
No caso da tuberculose, o contágio se dá através do ar. Quando uma pessoa com tuberculose pulmonar tosse ou espirra, as partículas que contêm as bactérias podem ser inaladas por outras pessoas, levando à infecção.
De acordo com o Dr. Marcelo, o primeiro sinal da tuberculose pulmonar é a tosse persistente. Confira os principais sintomas:
O especialista explica que esses sintomas são inespecíficos, ou seja, não necessariamente são manifestações da tuberculose. Além disso, podem ocorrer em conjunto ou não, com diferentes graus de intensidade.
É necessário, porém, sempre levar em consideração a possibilidade da doença. Portanto, quadros de tosse por mais de 3 semanas devem ser investigados para descartar outras doenças respiratórias e confirmar o quadro.
O diagnóstico é feito com exames de raio X ou tomografía computadorizada de tórax. Ainda, pode ser feita a confirmação de presença do bacilo de Koch por meio de coleta de material por endoscopia respiratória.
Na tuberculose miliar, as bactérias da tuberculose se disseminam através da corrente sanguínea, afetando vários órgãos do corpo. Isso resulta em pequenas lesões (millet seeds) em diferentes órgãos, como o fígado e o baço. Já na tuberculose ganglionar, os gânglios linfáticos são os afetados pela infecção.
Segundo o especialista, essas e outras formas de tuberculose não são transmissíveis - a variação contagiosa da doença é somente a pulmonar. Porém, todas as formas de apresentação exigem cuidados. A meníngea, por exemplo, pode ocasionar uma meningite por tuberculose, sendo uma das variações mais graves da infecção.
Portanto, todas as variações da doença devem ser tratadas. Independentemente da forma específica, o tratamento envolve uma combinação de antibióticos específicos por um período prolongado.
Antes mesmo de falar sobre o tratamento, é importante destacar a relevância da vacinação na primeira infância. As formas mais graves de tuberculose são prevenidas com a vacina BCG, aplicada preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento.
Quanto ao tratamento, ele é feito por meio de medicação São utilizados antibióticos específicos, em geral, por 6 meses. Esse tempo prolongado é fundamental para a cura da infecção, que tem ótimos índices quando o tratamento é rigorosamente seguido.
O Dr. Marcelo também fala sobre a importância do diagnóstico precoce: quanto mais cedo a doença é identificada, as equipes de saúde conseguem minimizar os índices de transmissão, investigando, também, os contatos do paciente.
Além disso, quando há uma doença que compromete o sistema imunológico, como a Aids, o risco de adoecer após contato com o bacilo também aumenta. Por todos esses motivos, a tuberculose é uma doença que exige intervenções estruturadas e um manejo amplo, sendo considerada uma questão de saúde pública.
A tuberculose ainda atinge números alarmantes de novos casos no mundo todo. Esse cenário destaca a persistência dessa doença infecciosa como uma ameaça significativa à saúde pública, sobretudo (mas não só) entre populações vulneráveis.
Conforme o Dr. Marcelo Tadday esclarece, um dos maiores motivos de preocupação é com a natureza facilmente transmissível da doença. Ele ressaltou a questão do diagnóstico precoce, um fator-chave para conter o contágio.
Portanto, além de levar em conta a importância da vacinação, é fundamental ter atenção aos sinais da doença e incentivar sintomáticos respiratórios a procurar atendimento médico.
Fonte: Blog Bem Panvel