Notícias
Voltar para a listagem02/05/2022
A gestação traz diversas mudanças no corpo da mulher, incluindo o seu metabolismo. Essas alterações podem causar o surgimento de algumas doenças e a diabetes gestacional é um exemplo disso. Para falarmos sobre esse tema, conversamos com a Dra. Roberta Marobin, endocrinologista do Corpo Clínico do Hospital Mãe de Deus.
O diabetes gestacional ocorre quando a mulher apresenta uma elevação de glicose apenas no período gestacional, sem histórico prévio antes da gravidez.
De acordo com a Dra. Roberta, essa é uma doença, normalmente, assintomática, por isso se faz necessário realizar exames de rastreamento durante a gestação. “O diagnóstico pode ser feito em dois momentos: pela glicemia de jejum, já no primeiro trimestre, ou pela curva glicêmica entre 24 e 26 semanas”, diz. No entanto, existem alguns sinais que podem servir de alerta, como por exemplo, aumento da sede, aumento da diurese, visão turva, entre outros.
Quanto às causas da doença, a endocrinologista explica: “Ela é causada por alterações hormonais próprias da gestação, associadas a uma predisposição genética e a determinadas características do estilo de vida, como sedentarismo e hábitos alimentares não saudáveis. Além disso, pacientes que já têm diabetes precisam estar com um bom controle antes de engravidar, uma vez que a hiperglicemia no primeiro trimestre aumenta risco de malformação fetal. Além disso, pode ser necessário trocar o tratamento para medicamentos que sejam seguros na gestação”.
Todos os nutrientes e substâncias que o bebê precisa para se desenvolver de forma saudável vêm da mãe, por isso, a saúde da mulher, seu estilo de vida e seus hábitos impactam diretamente no feto. Por isso, é essencial tomar todos os cuidados nessa etapa, para evitar qualquer impacto para o recém-nascido.
“As complicações do diabetes gestacional para o bebê dependem da fase da gestação. No primeiro trimestre, o principal risco da hiperglicemia é a malformação fetal. Já no segundo e terceiro trimestre as maiores complicações são a macrossomia fetal (bebês com peso elevado) e o polidrâmnio (aumento do líquido amniótico). Depois do nascimento, os bebês de mães que tiveram diabetes não controlada podem apresentar também hipoglicemia (redução do açúcar no sangue)”, ressalta a Dra. Marobin.
No caso das mães que desenvolveram a diabetes gestacional, existe um maior risco de pré-eclâmpsia e de diabetes tipo 2 ao longo dos anos.
A melhor forma de prevenção é através de consultas pré-gestacionais com o endocrinologista e ginecologista, com o objetivo de promover um estilo de vida mais saudável. Quanto ao tratamento, a Dra. Roberta afirma que “envolve atividade física e dieta com baixo índice glicêmico para todas as pacientes. Além disso, pode-se fazer necessário o uso de medicação oral ou de insulina em casos selecionados”.
A endocrinologista ainda alerta para a importância do acompanhamento médico durante a gestação, tanto para mulheres que já têm diabetes, quanto para as que nunca tiveram a doença, visto que só assim é possível garantir a saúde da mãe e do bebê.
Fonte: Blog Bem Panvel