O futuro do setor da saúde foi o tema da edição de ontem do Tá na Mesa, promovido pela Federasul, na sede da entidade, no centro de Porto Alegre. Cinco representantes de hospitais falaram sobre como estão se preparando para as mudanças da área e contextualizaram as suas realidades, sob a mediação da presidente da Federasul, Simone Leite.
Estiveram no evento o superintendente executivo do Hospital Mãe de Deus, Fábio Fraga, o diretor técnico do Hospital São Lucas da PUCRS, Saulo Bornhorst, a presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Nadine Clausell, o superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini e o diretor-geral da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Julio Matos.
O superintendente do HMD falou sobre como as mudanças dos fluxos de processos internos do hospital impactaram no resultado da instituição: “Temos que fazer da saúde um mercado mais produtivo: não podemos concordar com o desperdício. Precisamos trabalhar para termos uma medicina adequada, eficiente, baseada em protocolos clínicos de atendimento”, explica.
O resultado nas mudanças internas pode ser percebido no serviço de Emergência do Hospital: “Apesar de mantida a classificação de Manchester, tínhamos uma realidade de atendimento em torno de três horas. Hoje, há 11 meses, não extrapolamos a nossa meta de 80% dos atendimentos realizados em até 15 minutos”, destaca.
Mudança refletida em números
Com a melhoria no serviço de Emergência, Fraga disse que vê claramente que a partir do momento que se inicia uma escala de visão diferente em um setor e se percebe que funciona, se passa a levar este pensamento para outros setores do Hospital. “Fechamos julho, com períodos rigorosos de inverno, sem nenhuma restrição de atendimento de urgência e emergência. Nenhuma ambulância que foi solicitada foi negada, internamos 17% a mais de pacientes do que no ano passado, com o mesmo índice de ocupação, em cerca de 87%”, revela.
Por fim, Fraga cita os principais fatores para se chegar a estes resultados positivos: “Contamos com a parceria sólida do corpo clínico e ajustamos as dinâmicas do hospital. Altas acontecem antes das 11h, exames tem seus tempos seguidos com rigor. Tudo isso nos levou a atender um volume maior de pacientes, oferecendo um tratamento com custos mais controlados, mantendo a qualidade, com a mesma estrutura hospitalar. Prover acesso é fundamental para que possamos atender a quem nos procura”, finaliza.