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Voltar para a listagem11/05/2022
A obstrução de artérias é um problema cada vez mais frequente entre a população, podendo trazer graves consequências, como o infarto e o acidente vascular cerebral. Para atender esses casos, o Hospital Mãe de Deus conta agora com uma nova tecnologia: o laser. O HMD é a primeira instituição do Rio Grande do Sul a utilizar essa técnica e o pioneiro no Brasil na realização do procedimento guiado via Tomografia de Coerência Ótica (OCT).
Apesar da tecnologia do laser já existir há algum tempo, ela era preterida em favor dos stents, tubos expansíveis introduzidos para restaurar o fluxo sanguíneo na área interrompida. Agora, percebeu-se que ambos os métodos são complementares, dando ao laser um novo papel no tratamento.
Tradicionalmente, antes da introdução do stent, utiliza-se um balão para abrir caminho para a sua passagem. No entanto, em casos de placas mais compactas, classificadas na linguagem técnica como fibróticas, nem sempre o balão possui força suficiente para executar esse processo. Já o laser é capaz de dissolver a placa, abrindo espaço para o implante do stent que permitirá recuperar o calibre original da luz do vaso para a circulação sanguínea, trazendo maiores benefícios para o paciente. Além disso, o laser também é indicado para quem possui um stent obstruído, pois é um dispositivo muito seguro para trabalhar dentro do stent, promovendo sua desobstrução sem danificá-lo.
“O ganho principal é para pessoas com uma oclusão muito fibrótica, muito dura, especialmente, para aqueles com implante prévio de stent, já que dispositivos como o Rotablator podem danificá-lo. Dessa forma, o laser mostra-se uma alternativa eficiente e mais segura para esses casos”, explica o cardiologista intervencionista do Corpo Clínico do HMD, Dr. Alexandre Zago, responsável pela realização do procedimento.
Laser + Tomografia de Coerência Ótica: combinação de técnicas inédita no país
Além de ser o pioneiro no Estado na aplicação do laser intracoronário, o procedimento realizado no HMD é o primeiro do Brasil guiado via Tomografia de Coerência Ótica (OCT). Esse aparelho conta com uma microcâmera para acessar e visualizar a parte interna da artéria, com uma resolução dez vezes maior do que a fornecida pelo ultrassom coronário. Com isso, é possível enxergar de forma muito mais detalhada o tecido que deverá ser removido, permitindo um melhor planejamento da intervenção.
A combinação dessas tecnologias foi essencial para o sucesso do tratamento em um caso complexo. “Quando colocamos um stent em um local onde o processo inflamatório é muito intenso, ocorre um estímulo inflamatório adicional e a tendência é o stent obstruir. Foi isso o que aconteceu com a nossa paciente, que já havia sido submetida ao implante de 3 stents no mesmo local por recorrência da obstrução. Por isso, selecionamos uma técnica diferente, com a associação do laser, o uso de um balão com lâmina conhecido como cutting-balloon para cortar o tecido restante, um balão para compactar a carga de placa residual, infusão local de fármaco por meio de um balão farmacológico e, por fim, o implante de um novo stent farmacológico de alta força radial”, ressalta o Dr. Zago.