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23/08/2024

Hospital Mãe de Deus é referência no uso de laser para desobstrução de artérias coronárias

A obstrução de artérias coronárias e a reestenose de Stent são problemas cada vez mais frequentes na população brasileira e mundial, podendo trazer graves consequências como o infarto e a morte súbita. Para atender esses casos, o Hospital Mãe de Deus possui uma tecnologia de vanguarda - o laser – que pode ser utilizado tanto para a desobstrução de artérias coronárias e outras artérias, assim como para a desobstrução de Stents coronários (tubos metálicos expansíveis introduzidos para restaurar o fluxo sanguíneo na área obstruída).

O Hospital Mãe de Deus foi a primeira instituição do Rio Grande do Sul e segunda do país a utilizar essa técnica e foi pioneiro no Brasil na realização do procedimento laser guiado por Tomografia de Coerência Ótica (OCT). A tecnologia OCT consiste em uma espécie de microcâmera de alta resolução que permite visualizar de forma detalhada o tecido que deverá ser removido, proporcionando um planejamento mais minucioso e assertivo da intervenção. Com a realização de mais dois casos com sucesso no final do mês passado, a equipe liderada pelo Dr. Alexandre Zago, cardiologista intervencionista do corpo clínico do HMD, um dos principais especialistas na técnica no continente, o que posiciona o Hospital Mãe de Deus como centro de referência nacional e latino-americano na técnica.          

O laser atua por meio de três diferentes mecanismos de ação: fotoquímico – vaporizando a placa de ateroma (gordura) ou tecido neointimal (reestenose); fototérmico – amolecendo as fibras de proteína e colágeno que compõem a placa de ateroma ou o tecido constituinte da reestenose que obstrui as artérias coronárias; e, por último, fotomecânico – fissurando e quebrando a placa de ateroma ou tecido obstrutivo duro. Desta forma, o mecanismo triplo de ação proporcionado pelo laser permite avançar o cateter em diversos cenários de obstrução de artérias coronárias ou de outras artérias do corpo humano como as artérias das pernas e carótidas. “O laser vai abrindo caminho e removendo placas ateromatosas fibróticas (duras) ou lipídicas (moles), assim como atua diante do compacto tecido neointimal que ocasiona a reestenose de Stent e, até mesmo, na presença de cálcio”, afirma Zago.

Apesar da tecnologia do laser promover a abertura de artérias coronárias e outras artérias, essa técnica não substitui os Stents: os métodos são complementares. “O laser abre e prepara o caminho em situações mais complexas. Esse caminho será pavimentado pelo Stent, tornando o tratamento de uma obstrução coronária, carotídea ou arterial periférica viável e/ou otimizado e, consequentemente, proporcionando taxas mais elevadas de sucesso do procedimento e resultados melhores e mais duradouros. Além disso, o laser também é indicado em casos complexos de obstrução de Stent (reestenose), pois é um dispositivo muito seguro para trabalhar dentro do Stent, promovendo sua desobstrução sem danificá-lo, explica o cardiologista intervencionista.

Os dois casos realizados no último mês foram de reestenose de Stent tratados com laser para promover tanto a abertura do Stent obstruído quanto o debulking do tecido neointimal obstrutivo (limpeza do Stent), seguido do uso de outras tecnologias como cutting-balloon, balão farmacológico e implante de um novo Stent farmacológico intra-stent (dentro do Stent previamente implantado) para obter-se um resultado final otimizado. A combinação dessas tecnologias para o tratamento da restenose de Stent vem sendo proposta pela equipe do Dr. Alexandre Zago e foi recentemente apresentada pelo mesmo em Congresso Internacional em Paris (maio/2024). Ambos os pacientes foram tratados com sucesso e obtiveram alta hospitalar no dia seguinte, sendo que um dos dois pacientes era proveniente da região Sudeste do Brasil e procurou o Hospital Mãe de Deus por ser referência nacional em laser coronário.