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Núcleo de Oncologia Torácica do Hospital Mãe de Deus[/caption]
Em dezembro, uma das edições do Fórum do Corpo Clínico do Hospital Mãe de Deus trouxe para debate o avanço no tratamento do câncer que mais mata no mundo: o de pulmão, responsável por 1 milhão e 800 mil mortes todos os anos. “Pensando em contribuir com a diminuição desse número, estamos organizando um Programa de Rastreamento nos grupos de alto risco, composto por pessoas com mais de 55 anos, que fumaram mais de 30 anos/maço, que é uma carteira por dia por ano. O rastreamento deste grupo pode reduzir a mortalidade e contribuir para diagnósticos mais precoces da doença. Nós vemos que a incidência nos homens está diminuindo, entretanto nas mulheres está aumentando em função do tabagismo”, resume o Oncologista do Corpo Clínico do Hospital Mãe de Deus, Dr. Jairo Lewgoy.
Dr. Lewgoy explica que implementar um programa de rastreamento significa seguir diretrizes internacionais e ter dados para publicar com relação a doença. “Vamos implementar um programa de rastreamento para grupos de alto risco, com tomografia anual de tórax sem contraste de baixa dose. E é fundamental chamarmos atenção para este detalhe, de que os médicos devem deixar explícito na solicitação que é de baixa dose sem contraste, caso contrário o paciente corre o risco de sair prejudicado”, destaca
O Núcleo de Oncologia Torácica do Hospital Mãe de Deus faz parte de uma subespecialidade da Oncologia e realiza encontros semanais para desenvolver o melhor plano de tratamento para os pacientes: “Temos um Tumor Board semanal, no qual participam Oncologista, Radiologista especializado em pulmão, Cirurgião Torácico e Radioterapeuta, para casos mais complicados chamamos o paciente e discutimos um plano em conjunto”, finaliza Dr. Lewgoy.
Uma alternativa menos invasiva
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Cirurgião torácico Dr. Frederico Krieger Martins durante procedimento[/caption]
Durante o estadiamento do câncer de pulmão uma das avaliações mais importantes é a dos linfododos. Ela pode ser feita inicialmente por exames de imagem (tomografia de tórax e PET-CT). Conforme o resultado desses exames, uma biópsia pode se fazer necessária. A mediastinoscopia é o método mais utilizado para realização desta biópsia. Embora seja um procedimento cirúrgico de pequeno porte, envolve uma incisão cervical e, consequentemente, riscos cirúrgicos, mesmo que pequenos.
O ultrassom endobrônquico, ou mais conhecido por EBUS (abreviação de Endobronchial Ultrasound), surgiu como uma alternativa menos invasiva à mediastinoscopia. O EBUS dispensa a incisão cervical e consegue acessar um número maior de linfonodos, com um baixo índice de complicações. "Trata-se de uma endoscopia respiratória na qual o aparelho utilizado apresenta na sua ponta um probe de ultrassonografia. O ultrassom orienta a localização dos linfonodos a serem abordados. A biópsia é realizada através de uma punção utilizando uma agulha fina", explica o cirurgião torácico Dr. Frederico Krieger Martins.